Um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), com sede em Paris, revela que, em média, metade dos adultos nos países desenvolvidos está acima do peso.
Também segundo o levantamento, em média 16% das populações nestes países podem ser consideradas obesas.
O estudo chama atenção para um problema capaz de reduzir a expectativa de vida na mesma medida que o tabagismo.
Embora apenas os países desenvolvidos sejam o foco da preocupação dos estudos da OCDE, o relatório faz comparações também com alguns emergentes.
No Brasil, segundo dados de 2005, os níveis tanto de obesidade quanto de excesso de peso são semelhantes aos dos países desenvolvidos e estão entre os mais altos entre os emergentes – 51% estão acima do peso e 14% são obesos.
Já o México lidera o ranking da obesidade e do excesso de peso da OCDE, superando até os Estados Unidos, país que costuma ser lembrado pelo alto número de pessoas nessas condições.
O levantamento diz que 70% da população mexicana está acima do peso e 30% são obesos; nos Estados Unidos, o excesso de peso atinge 68% da população adulta, enquanto 28% são obesos.
Riscos
Embora varie consideravelmente de país para país – por exemplo, as taxas de obesidade no Japão e na Coreia do Sul são de 3% e 4% da população adulta –, a proporção de pessoas com excesso de peso tem aumentado constantemente em todas as regiões medidas ao longo das últimas décadas.
Segundo o estudo, antes dos anos 1980, as taxas de obesidade medidas pelo chamado índice de massa corporal se encontravam em geral abaixo de 10%. Desde então, duplicaram ou até triplicaram em alguns casos.
"A mortalidade aumenta fortemente uma vez que os indivíduos ultrapassam a marca do excesso de peso", alerta a OCDE.
"A expectativa de vida de uma pessoa obesa é de oito a dez vezes mais curta – nos casos de um índice de massa corporal entre 40 e 45 – que a de uma pessoal com peso normal, semelhante à perda de expectativa de vida sofrida por fumantes."
O relatório menciona outros estudos que relacionam o excesso de peso à discriminação profissional – em alguns casos, até mesmo como explicação para discrepâncias salariais que podem chegar a 18%.
O estudo da OCDE também alerta para o crescente fenômeno do excesso de peso entre as crianças. Nos Estados Unidos e na Escócia esse problema é mais grave – atinge 35% da população entre 6 e 17 anos e 12 e 15 anos, respectivamente.
Espanha e Itália têm 33% de indivíduos acima do peso entre os 13 e 14 anos e os 8 e 9 anos de idade. No Brasil, segundo dados de 2002 citados no estudo, 22% das crianças entre 7 e 10 estão acima do peso ideal.
Fonte: UOL
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