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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Diabetes


O diabetes que não se vê: sinais precoces e prevenção possível

A glicemia de jejum sempre foi um marco no diagnóstico do diabetes e valores entre 70 e 99mg/dL sempre tranquilizaram médicos e pacientes. Apesar disso, definir o normal e os valores laboratoriais de normalidade dependem de uma média populacional, que muitas vezes exclui pacientes normais, e outras vezes, inclui doentes em fases iniciais de doença. Fases preciosas, onde a intervenção médica e nutricional podem reverter ou atrasar em muito o processo de doença.

Pos isto é preciso olho clínico e faro de detetive para se detectar a fumaça que deflagra o incêndio à vista. O diabetes pode estar disfarçado de glicemia normal e pode ser diagnosticado muitos anos antes das glicemias extremas com as quais pacientes e familiares dão entrada em pronto socorros ou marcam consultas desesperadas em consultórios médicos. Nesse estágio da doença, muito já se perdeu da células produtoras de insulina, um caminho sem volta.

O quadro clínico consagrado de perda de peso, sede intensa, perda excessiva de urina e desidratação caracteriza um diabetes de longa data. Pelo menos a maior parte deles, aqueles que chamamos tipo 2 ou não dependentes de insulina. Evoluem longos anos com glicemias de jejum falsamente normais, às custas de uma produção excessiva de insulina. Isso mesmo, são diabéticos com valores de insulina muito maiores do que aqueles das pessoas normais.

Aqui, já podemos identificar o primeiro sinal de fumaça: a insulina elevada. Assim uma glicemia de jejum normal associada a uma insulina alta já indica a necessidade de se proceder uma investigação mais criteriosa da possibilidade de diabetes.

Todos falam e temem o colesterol elevado. Mas aqui, nesta investigação clínica, são mais importantes outros tipos de gordura, nem tanto pelo seu poder deletério, mas pelo valor diagnóstico que acrescentam em um paciente suspeito de diabetes. Estamos falando de triglicérides elevado e HDL baixo.Essas duas alterações já estão frequentemente associadas naqueles pacientes em estágio inicial de diabetes e evoluem durante muitos anos, muitas vezes negligenciadas em exames com glicemias normais. Essas alterações são tão frequentes em pacientes diabéticos que deveriam chamar a atenção para a possibilidade da doença e conduzirem a uma investigação mais específica da mesma.

Herança genética

Filho de peixe, peixinho é... Assim um filho de um diabético, pode até se livrar da doença, mas será sempre um paciente de risco. Deverá receber atenção redobrada para a possibilidade de desenvolver a doença. Neles, uma glicemia de jejum de 80mg/dL não deve ser tranquilizadora, principalmente quando encontramos outros sinais de fogo.

Finalmente, um sinal que salta aos olhos: a obesidade. Uma obesidade com características próprias, caprichosamente depositada no tronco, deformando cinturas e expondo um risco do comprometimento visceral. Isso significa que, muitas vezes, um peso normal, principalmente com braços e pernas normais, pode esconder uma circunferência abdominal típica de obesidade central, onde a gordura se deposita no fígado e demais vísceras. Esse tipo tão especial de gordura corporal está íntimamente ligado ao excesso de triglicérides e de insulina, fechando um ciclo patológico ou uma armadilha da qual dificilmente se escapa: o diabetes.

A possibilidade de prevenção

A boa nova é que isso não é uma fatalidade, ou seja, um mal inexorável na vida de uma pessoa predisposta. A história pode ser bem diferente quando esses sinais são percebidos a tempo de se evitar a perda da função das células produtoras de insulina.

Podemos detecta-los precocemente a ponto de evitar uma doença incurável e com complicações sobre todo o organismo. Para isso, a ciência já comprovou que pequenas mudanças comportamentais, tais como 150 minutos de atividade física por semana e perdas de peso da ordem de 7% do peso corporal são possíveis e fantásticos na luta contra o diabetes.

Será que as pessoas tornam-se diabéticas inexoravelmente quando tem uma tendência para tal? Será possível evitar "essa tragédia"? Atualmente, as estatísticas revelam que já contamos com 250 milhões de diabéticos em todo o mundo e podemos chegar a 380 milhões, nos próximos 15 anos, se nenhuma atitude eficiente for tomada. A estratégia é educar para prevenir. O melhor que podemos fazer é esclarecer, é disseminar conhecimentos básicos para que as pessoas possam evitar o aparecimento da doença, pois, hoje, já sabemos que 80% dos casos de diabetes poderiam ser evitados com a adoção de medidas dietéticas e a prática de atividade física.

Muitas vezes, pior do que o desconhecimento sobre a doença são os mitos ou as falsas crenças sobre ela, que impedem a adesão ao tratamento cientificamente comprovado. É mais fácil acreditar em tratamentos rápidos e promessas milagrosas do que assumir mudanças que envolvem esforços de toda a família em prol da saúde de seus membros.

Além do esclarecimento e da educação em diabetes, é preciso motivação para que se possa vencer a inércia e a dificuldade de nos engajarmos em atitudes preventivas, assumindo de fato um estilo de vida saudável.

Fonte: CITEN

2 Comentários:

Taci e Tom disse...

Muito bacana! Sou filha de diabéticos, vou me ligar as dicas do post!! Bjkas!

Janaína Macedo disse...

Que bom que gostou, Taci! Compartilho minhas leituras com intenção de tornar informativo esse espaço, e fico feliz que esteja gostando.
Beijos!

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